terça-feira, 26 de junho de 2012

Quanto pior, melhor?


Parece um filme visto mas são, verdadeiramente, cenas dos próximos capítulos. A Espanha aproximasse do abismo. A Itália treme. O contágio não pára.
Ainda bem, apetece dizer. Pode ser que quando o terror estiver mesmo à porta, os líderes europeus desencalhem.
Talvez seja preciso vislumbrar a catástrofe mais perto para que os poderosos da Europa se disponham a fazer tudo o que for necessário para assegurar a sobrevivência do euro. Se adoptarmos a perspectiva cínica, temos boas notícias.
A Espanha, depois de ter sido resgatada com 100 mil milhões, viu os juros da dívida atingirem um novo máximo histórico.
A Itália, quarta economia do euro, não resistiu ao contágio. O sinal de alarme está aí: num mês, a
Itália viu os juros da sua dívida subirem de 2,3% para 4%. E o sr. Monti veio dizer a frase que mais
azar tem dado aos países do Sul, ou seja, veio dizer que a Itália não tem um sistema económico frágil e não precisará de nenhum resgate. Veremos o que aí vem, ao sabor do desnorte espanhol.
Durão Barroso diz que alguns líderes europeus parecem ainda não ter percebido a emergência do momento. Mas o que o filme da tragédia europeia mostra é que só a emergência máxima nos poderá salvar. A coragem de dar um passo em frente passa por assumir que a União Europeia ou é mais do que uma união monetária ou não é nada. Talvez o estertor do euro ajude a Alemanha a acordar.

ângela silva, r/com renascença comunicação multimédia, 2012

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