Na sequência de um programa televisivo e de notícias aparecidas nos meios
de comunicação social sobre as actividades de exorcismo realizadas por
Marcelino Humberto Gama, mais conhecido por “padre Humberto Gama”, chegaram ao
Santuário de Fátima e à secretaria episcopal de Leiria queixas e pedidos de
informação sobre a pessoa em causa.
Tendo recolhido as devidas informações, no intuito de corresponder
ao interesse geral e, em especial, das pessoas tentadas a solicitar os serviços
“religiosos” do referido senhor, levamos ao conhecimento dos interessados o
seguinte:
1. Humberto Gama, cujo nome completo é Marcelino Humberto
Gama, foi efectivamente membro da Congregação religiosa dos Marianos da
Imaculada Conceição, tendo sido ordenado sacerdote no Convento de Balsamão, no
concelho de Macedo de Cavaleiros, em 1965.
2. Foi enviado para Inglaterra, onde esteve integrado na comunidade
religiosa da referida Congregação. Mas, em 1972, por motivos graves, o governo-geral
da mesma Congregação demitiu-o. Esta decisão de expulsão da congregação
religiosa de que era membro foi confirmada pelo Vaticano, através da
Congregação dos Religiosos e Institutos Seculares.
3. Desde então, na Igreja Católica, não se reconhece ao senhor
Humberto Gama qualquer legitimidade para as actividades religiosas ou de
exorcismo que realiza, sendo abusivos o título de “padre” com que se apresenta,
o uso de vestes sacerdotais e a prática de ritos religiosos. É igualmente
abusiva a divulgação de uma sua fotografia com o Papa João Paulo II, para
tentar legitimar e provar a sua condição de padre e para servir de cartão-de-visita
para ser contactado nos arredores de Fátima.
4. A quem se encontra em dificuldades que julga serem espirituais,
aconselha-se o recurso a uma prática cristã regular e a solicitar a ajuda de
quem mereça confiança para o poder fazer e tenha o reconhecimento da Igreja,
quer seja um sacerdote, um religioso ou religiosa ou mesmo um cristão leigo.
5. Recomenda-se, por outro lado, aos sacerdotes e a outros fiéis
cristãos capazes de ajudar pessoas em dificuldade psico-espiritual que as
acolham com caridade, as escutem com paciência e inteligência, façam oração por
elas e, conforme as situações, as encaminhem para outros apoios adequados ao
caso em questão.
Leiria, 28 de Fevereiro de 2011.
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